Nesta segunda-feira
Na pacata cidade de Penha
Reina o canto dos pássaros
O silêncio dos homens
E uma engrenagem desacelerada dentro de mim.
Todas as minhas bagunças pedem minhas horas
Vagas de tanto pra fazer e dizer
Que já nem sei.
Se tivesse de priorizar
Começaria pelos meus complexos
E os lavaria todos
Mas como me soa inútil esta tentativa
Diante de tantas manchas na minha identidade.
Minha insegurança molhou todo os meus lençóis
E nos meus jardins as flores românticas
Exigem adubo em excesso
Para que possam florescer seguras.
A pureza do meu espelho, de tão imunda
Me cega a beleza que há calendários não confio.
O colchão, mofou.
Deve ter sido a paranoia
Que outrora me escorreu saco-rabo á fora
Não relaxo e descanso não há.
Quanta lama na minha estima!
Que tremendo medo
Este de me perder de mim.
Eu que nunca estou em casa
Sempre quero estar em casa.
Mais um cigarro
E juro que me levanto pra limpar o xixi da cachorra.
Claudio Rizzih.
P.S: Estou de volta, Amantes! Obrigado por continuar dedicando atenção aos meus poemas neste tempo todo sem atualizar o blog. Volto com uma nova safra de poemas. Sintam-se á vontade. A casa é sua.