Desaire de minha parte oferecer-te o vício
Propondo acreditar ser trivial quando na verdade
Poderia lhe por as faces ralo á baixo.
Amaste-Me baixinho, na fumaça
E o teu Amor me fazia chorar cinzas
Aleijando-me por completo.
Cantavam os desafinados, as luas, e as pneumonias.
Tu entoavas hinos ao Amor,
E eu estragava tudo com meu contra canto nada harmonioso.
O que foi a vida até agora, Amante?
Tanto fiz, andei e corri
Tantas vezes morri
E por que então viver se não para Amar?
Traz as manhãs, os cafés, o aljôfar
Inebria tuas vestes com meu hálito
Porque na noite seguinte eu já terei sumido
Sem deixar epílogos plausíveis
Nem papéis de bilhetes e borrões.
Apenas o remanescente de um quase “nós”
Junto de algumas palavras e canções num cinzeiro.
Pusemo-nos na boca, e saboreamos toxinas
Um misto de saliva, cereja, nicotina.
E o meu cigarro me queimou os dedos.
E o teu Amor me queimou o coração.
Claudio Rizzih.